Por que seu cérebro pode estar te enganando , e como evitar isso com análise de dados de verdade.
Você já teve a sensação de que algo estava “claramente fazendo sentido”…
Mas depois percebeu que se tratava de uma grande coincidência?
É exatamente sobre isso que Leonard Mlodinow fala em O Andar do Bêbado.
Um livro que deveria ser leitura obrigatória pra qualquer pessoa que lida com decisões, estratégias e, principalmente, dados.
O ponto central do autor é simples e brutal:
Nós, humanos, somos péssimos em lidar com aleatoriedade.
A gente procura padrão onde não tem.
Acha que uma coincidência é sinal de tendência.
E toma decisões baseadas em interpretações erradas, confiando no cérebro como se ele fosse neutro.
Spoiler: ele não é.
O problema?
Nosso cérebro evoluiu para encontrar padrões, mesmo quando eles não existem.
É assim que você vê “sinais” em números pequenos.
Tira conclusões a partir de poucos dados.
E acha que uma única campanha bem-sucedida é “prova” de que sua estratégia está funcionando.
Mas pode não estar.
Pode ser só sorte. Aleatoriedade. Ruído.
E se você não entende como identificar isso,
vai passar o ano otimizando o que deu certo por acaso, e desprezando o que falhou por motivos que nem entendeu.
Mas por que a gente se engana tanto?
Porque a intuição adora atalhos.
Porque estatística exige esforço.
Porque questionar o que parece “óbvio” dá trabalho.
E porque é mais confortável acreditar numa narrativa do que admitir que algo pode ter acontecido sem motivo nenhum.
Você faz uma ação, gera um pico de vendas, e conclui:
“Funcionou!”
Mas testou? Comparou com controle? Repetiu?
Ou só se sentiu satisfeito com o resultado e quis acreditar que foi mérito seu?
A verdade: sem teste, sem hipótese, sem método, você não tem insight. Tem só um chute bem embalado.
O que você precisa aprender (e rápido)
A confiar menos no seu cérebro, e mais no processo.
- Aprender a identificar o que é ruído e o que é sinal.
- Evitar decisões baseadas em volume pequeno de dados.
- Saber quando uma variação é estatisticamente significativa.
- E entender que aleatoriedade não é exceção, é parte do jogo.
É por isso que aqui na Cubo Três a gente bate tanto na tecla do método.
Análise de dados não é sobre confirmar o que você já acha.
É sobre investigar o que realmente está acontecendo, mesmo que você não goste da resposta.
Porque se você não aprender a enxergar o acaso, ele vai continuar mandando nas suas decisões,
e você nem vai perceber.
Então, o que fazer agora?
1. Revise seus relatórios com mais ceticismo
2. Pare de tirar grandes conclusões com base em poucos dados
3. Leia (ou releia) O Andar do Bêbado
4. Aprenda estatística básica, de verdade, com método
5. Nunca aceite um padrão como verdade absoluta sem teste
Você pode ser alguém que “interpreta dados”.
Ou pode ser alguém que interpreta certo.
A diferença entre os dois pode estar mudando os rumos da sua carreira, ou travando tudo.
Sem comentários! Seja o primeiro.