Em 1996, a Agência Espacial Europeia perdeu um foguete de 500 milhões de dólares em menos de 40 segundos após o lançamento.
O Ariane 5, orgulho da engenharia europeia, explodiu no ar diante de milhões de pessoas.
A causa?
Uma simples conversão de dados.
O sistema herdado do Ariane 4 transformava um número em ponto flutuante (float) para um inteiro (int).
No novo foguete, os valores eram muito maiores, e a variável ultrapassou o limite.
O código travou. O computador de bordo, acreditando que havia falha nos sensores, desligou.
O foguete, sem controle, se autodestruiu.
Um erro de 64 bits.
Metade de bilhão de dólares.
Anos de trabalho.
E uma explosão.
Mas o mais curioso é o motivo real:
o código estava tecnicamente correto, dentro do que havia sido programado.
O problema foi conceitual: ninguém questionou se aquele trecho fazia sentido no novo contexto.
E é isso que acontece com dados, dashboards, algoritmos.
A gente herda modelos, fórmulas, processos.
Aplica sem olhar pra base, sem revisar as premissas.
Tudo parece funcionar, até que o contexto muda.
E quando o contexto muda, o erro explode.
Hoje, o mesmo tipo de falha acontece em relatórios que guiam decisões de milhões.
Uma medida DAX mal interpretada, um filtro esquecido, uma base desatualizada.
O gráfico continua bonito.
Mas a leitura, completamente errada.
O perigo não está no bug.
Está na confiança cega.
Porque o dado pode até estar certo.
Mas se a pergunta estiver errada, ele continua te levando direto pra explosão.
No fim das contas, o que separa um analista maduro de um operador de ferramenta é simples:
não é quem sabe mais função.
É quem sabe duvidar do próprio resultado.
Sem comentários! Seja o primeiro.