Métricas e KPIs são os olhos de qualquer negócio. São eles que guiam estratégias, indicam se estamos avançando ou não e ajudam a decidir o próximo passo. Mas o que acontece quando esses olhos enxergam borrado?
A resposta é simples: decisões erradas.
E decisões erradas custam caro.
Escolher métricas e KPIs não é apenas uma tarefa técnica. É uma decisão estratégica que pode determinar se uma empresa vai investir no caminho certo ou desperdiçar energia em algo que não gera retorno.
O problema é que muitas organizações caem nas mesmas armadilhas: dashboards cheios de números, métricas bonitas mas inúteis, indicadores mal escolhidos que não têm nenhuma conexão com os objetivos reais do negócio.
Se você quer usar dados como vantagem competitiva, precisa ir além de medir por medir. É preciso medir certo.
Métrica x KPI: não confunda
Nem todo número é um KPI. Essa é a primeira confusão que leva a erros graves.
- Métrica: mede algo específico, sem necessariamente estar conectado a um objetivo estratégico. Exemplo: número de visitas no site.
- KPI: é um indicador-chave de performance. Ele mede se você está chegando onde quer. Exemplo: taxa de conversão das visitas em clientes pagantes.
Um KPI está sempre ligado a um objetivo estratégico. Se ele melhora, sua estratégia avança. Se não há essa conexão, não é KPI, é só uma métrica.
Erros mais comuns ao escolher métricas e KPIs
1. Medir tudo sem priorizar
É comum ver dashboards cheios de gráficos, relatórios extensos e dezenas de indicadores. Parece sofisticado, mas, na prática, gera paralisia.
Quando tudo é prioridade, nada realmente é.
A solução é simples: defina poucos KPIs para cada objetivo estratégico. Três a cinco já são suficientes para manter o foco.
2. Escolher indicadores de vaidade
Curtidas, impressões, seguidores, faturamento bruto, todos podem enganar se analisados isoladamente.
Imagine um e-commerce comemorando o aumento de vendas. Ótimo, certo? Mas, se o custo de aquisição de clientes cresceu ainda mais, o lucro caiu. O KPI “vendas” sozinho escondeu a realidade.
Indicadores de vaidade dão a ilusão de progresso, mas não revelam impacto real no negócio. Prefira indicadores como CAC, LTV, margem de lucro, churn.
3. Ignorar o contexto dos dados
Um número isolado não conta a história completa. Crescer 10% pode ser excelente ou desastroso, dependendo do cenário.
Se o mercado inteiro cresceu 20%, o seu crescimento de 10% é, na verdade, uma perda de competitividade.
KPIs só fazem sentido quando analisados dentro de um contexto. É por isso que relacionar indicadores (como CAC e LTV, vendas e margem de lucro, receita e churn) é essencial.
4. Relatórios que não levam a ação
Relatórios existem para guiar decisões, não para impressionar em reuniões.
Se um indicador não gera uma pergunta clara como “O que podemos melhorar a partir disso?”, ele não merece espaço no dashboard.
Um bom KPI transforma número em ação.
Como evitar esses erros
- Conecte cada KPI a um objetivo estratégico. Pergunte: “Se esse indicador melhorar, minha estratégia também melhora?”
- Reduza excessos. Dashboards cheios de números só confundem. Trabalhe com o mínimo necessário.
- Fuja das métricas de vaidade. Prefira indicadores que impactam lucro, eficiência e crescimento sustentável.
- Analise no contexto. Compare com históricos, benchmarks e outros indicadores relacionados.
- Transforme dados em ação. Se um número não leva a decisão, ele não é útil.
Um bom analista de dados não é aquele que mostra mais gráficos, mas aquele que mostra os gráficos certos.
KPIs não são decoração para dashboards, são guias estratégicos. Métricas erradas custam caro: levam a comemorar vitórias vazias e mascarar problemas sérios.
Quem mede tudo, não mede nada. Mas quem mede certo, decide com clareza.
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